O AMOR A JESUS NO IRMÃO
Caríssimos
“Nós
temos uma vida íntima e uma vida exterior. Uma e outra floração; uma, da outra
é raiz; uma, da outra é copa da árvore de nossa vida.
A
vida íntima é alimentada pela vida exterior. O quanto penetro na alma do irmão,
o tanto penetro em Deus dentro de mim; o quanto penetro em Deus dentro de mim,
o tanto penetro no irmão…”
Deus - eu - o irmão: é
todo um mundo, todo um reino..."
Mas vamos por ordem,
procurando compreender bem.
"Nós temos uma vida
íntima (Jesus dentro de nós) e uma exterior (Jesus no irmão). Uma é floração da
outra, uma é raiz da outra".
A vida íntima, se afirma,
faz com que a vida exterior floresça.
A vida exterior (com
Jesus no irmão) faz florescer a vida íntima.
Por que comparamos a vida íntima com Jesus como uma
floração ou como uma copa?
A vida íntima não
significa só união com Deus e nada mais?
Sim, mas essa união tem
várias intensidades. Todos nós sabemos disso, porque toda pessoa tem e experimenta,
muito ou pouco, a união pessoal com Deus.
Mas quando é que podemos
definir essa vida íntima como floração ou copa, portanto como algo rico e
consistente?
Quando ela
estiver completamente desenvolvida, no seu máximo esplendor.
Vamos dar alguns
exemplos.
Se observarmos as pessoas
do Movimento, principalmente algumas que já estão no Céu, ou outras que ainda
são militantes na terra, mas que, ao que parece, corresponderam bem à graça do
nosso Ideal, podemos constatar que elas definem muitas vezes a própria vida
interior como uma grande paz, uma paz substancial, uma paz tão concreta, tão
densa que - permitam-me dizer - se poderia quase "tocar". Uma paz
estável e capaz de predominar sempre, de despontar de cada sofrimento, por
maior e mais agudo que seja.
(…)
Mas não se trata só de
paz. A floração completa, a copa da árvore da nossa vida íntima tem outras
características. Por exemplo: a união com Deus é tão grande que podemos
senti-la em cada instante da nossa vida.
Quando nos recolhemos, em
busca de Deus, na oração ou durante o dia, Jesus, está sempre presente. Nós
experimentamos isso com os sentidos da alma. Ele está ali e nos espera, para
escutar o que lhe dizemos e para nos dizer (se soubermos compreender a sua
linguagem silenciosa) tudo o que ele quer nos comunicar.
Esta perene presença de
Jesus dentro de nós é um fenômeno, mas pode ser uma realidade. Assim como é
real, mesmo se é diferente, a nossa união com o Pai, com o Espírito Santo e -
não mais velada - também a nossa união com Maria, com os Santos e com os
irmãos.
Portanto, paz e união com
Deus, contínua e plena: dois modos de ser da floração e da copa da nossa vida
íntima, mesmo se não são as únicas expressões.
Como podemos alcançá-las?
O escrito diz que a vida
íntima floresce em nós, torna-se copa, a partir de uma raiz: o amor ao irmão, a
Jesus nos irmãos.
"A vida íntima é
alimentada pela vida exterior. O quanto penetro na alma do irmão, o tanto
penetro em Deus dentro de mim.”
Podemos, portanto chegar
a uma grande paz, a uma grande união com Deus, amando os irmãos, amando Jesus
nos irmãos.
Quantas vezes? Muitas, inúmeras vezes. Talvez seja preciso a vida
inteira.
Chiara
Apresentado originalmente em
23 de janeiro de 1996.
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